Nem sexto e nem sétimo,
São os meus sentidos,
Do meu coração faço empréstimo,
E busco os sentidos nutridos.
Clamo aos céus meus sentimentos,
E quem me dera ter asas para voar,
Planaria por planicies e firmamentios,
Mares e desertos onde a paz puder encontrar.
Meu peito aperta em nós...
Minha alma quer levantar voo só,
E perto de Deus me enlaço em Sol,
Sem derreter asas ou virar pó.
Meus sentidos me chamam á razão,
Não quero ouvir choros de solidão.
Nem tão pouco me perder em emoção,
Cair em abismos com asas quebradas por ilusão.
Ouço sinos de antigos amores,
Cäntigos negros perdidos distantes,
Murmúrios de brancas flores,
Sem perfumes, sem cheiro de amantes.
Então abro a janela da alma em presságio,
Premonições dos meus desalentos,
Estando as mãos como quem paga pedágio,
Atravessando o portal dos sonhos em pensamentos.
Chamo a tarde para me fazer companhia,
E á janela debruça passarinho,
Recolho-me ao santuário da minha poesia,
Vazia, sem colchas de retalho e sem ninho.
Ah! Que a canção que minaha alama invoca,
Faz-me ouvir bem fundo meus desejos atrevidos,
Ponho-me a pensar em tudo que me provoca,
E me embalo sem medo dos meus sentidos.
Sha..la..lá....
É a canção que sussurra em meus ouvidos,
Que se transforma em gemidos do aldo de cá,
Como quem ouve a saudade em todos os meus sentidos.