Em um mesmo dia
Um destino afogado
noturno, sem direção
o coração fechado
cactos de solidão.
Do seu turvo mover a ilusão humana
vais movendo o tempo girando sobre si
no olhar impreciso do cio que te engana
a dura inquietação se revela bem ali.
Um tempo já cego sem palavras na bagagem
todo inicio é tempestade sem ter um céu
trêmulas as mãos mal traçam a paisagem
e o rabisco ficou perdido numa folha de papel.
Se ergueu o destino
dia da libertação
um gesto repentino
a flor brotou então.
Liberto e palpitante coração em plenitude
a vida, de tanto aroma e tanta claridade
é a musica das aves ganhando altitude
é o silencio quebrado num grito de felicidade.
É o sol, é o mar, a canção, nova imagem
é a flor se abrindo, a fruta madura, o doce mel
é as mãos mexendo na terra, nova paisagem
traçados em cores e luzes, num pedaço de céu.