ACORDEI DESNORTEADO NÃO VI O SOL NO NASCENTE HAVIA UM PRÉDIO NA FRENTE UM ATRÁS E DOIS DE LADO. NÃO OUVI BERRO DO GADO NEM BATIDA DE PILÃO NEM PIADOS NO OITÃO DE UMA NINHADA DE PINTO OH! QUE SAUDADES EU SINTO DE UMA NOITE NO SERTÃO.
DISTANTE DO MEU SERTÃO NÃO ESCUTO OS PASSARINHOS NÃO VEJO PELOS CAMINHOS FLORES DE MANJERICÃO. NÃO SE ESCUTA UM TROVÃO BALANÇANDO O PÉ DA SERRA UM VIOLÃO QUE ENCERRA A NOITE DE SERENATA UM LUAR DA COR DE PRATA BEIJANDO OS SEIOS DA TERRA.
NUNCA MAIS VI PAU-DE-ARARA NEM O GRITO DE UM VAQUEIRO NUNCA MAIS SENTI O CHEIRO DA FUMAÇA DE COIVARA. NÃO SE VER CERCA DE VARA NEM FOGUEIRA DE SÃO JOÃO NEM XAXADO NEM BAIÃO NEM ABOIO NEM TOADA OH! QUE SAUDADE DANADA DAS COISAS DO MEU SERTÃO.
AQUI NÃO PASSA O CARREIRO BEM PACIENTE ABOIANDO E O CARRO-DE-BOI CANTANDO VAGAROSO PASSAGEIRO. O TEMPO AQUI É LIGEIRO TUDO PASSA URGENTIMENTE SÓ NÃO PASSA DE REPENTE A COISA PIOR DA VIDA QUE É A NOITE MAL DORMIDA LONGE DA TERRA DA GENTE.
QUANDO EU ESTOU NA CIDADE NÃO ME SINTO CEM POR CENTO NO PEITO ENTRA UM TORMENTO EXPULSA A TRANQUILIDADE. OS EMPURRÕES DA SAUDADE RETIRAM MEUS PÉS DO CHÃO DENTRO DO MEU CORAÇÃO O SANGUE MUDA DE COR É LINDO O CASO DE AMOR QUE EU TENHO COM MEU SERTÃO.