Eu queria falar de tanta coisa. Acordei frenética, intensa, doce. Um pouco aveludada e absolutamente, incompreensivelmente: SEM PALAVRAS! Acho que quando me sinto vazia, procuro códigos no universo e, quando encontro, decifro um por um. Encontro alguns sonetos. Me envolvo em instrumentos, solos, únicos. Transformo tudo em bolero. E... Penso em você.
Valso silabicamente em mim. Me acredito poeta. Me reafirmo mulher. Exagero no plural. No gerúndio. Respiro fundo (como quem cria coragem). Esqueço críticas. Recorto imagens. Recolho fantasias. Multiplico meus desejos. Planto algumas canções.
Fecho os olhos e me embalo. Como se eu procurasse por todos os códigos do espaço, do quarto, do carro. Do lado de dentro, de fora, num quadro. Como quem só finge que não tem o que dizer. Como quem se joga. Se gasta. Desdobra: Te sinto! Eu até pensava que me bastava. De repente, me encontrei num detalhe. Numa tarde calma. E tudo se transformou em melodia. Fui levada por uma sinfonia de acordes. Todos leves. Agora só penso em claves. Em rimas. Só penso em versos. E em você, seguindo comigo. Ritmo por ritmo. Compasso por compasso. Como quem baila num salão de notas. Como quem acorda nas partituras de um refrão.