UMA TARDE DE CHUVA NO SERTÃO.
UM VAQUEIRO COM TRISTEZA
ABOIA TANGENDO O GADO
O REBANHO ESFOMEADO
JÁ NÃO ESCONDE A FRAQUEZA.
NÃO TEM ÁGUA NA REPRESA
NÃO TEM PASTO NA CAMPINA
MAS COMO JÁ É ROTINA
O CAMPIÃO DE PACIÊNCIA
ESPERA UMA PROVIDÊNCIA
DA NATUREZA DIVINA.
DECLINA O SOL NO POENTE
O CALOR CASTIGA A TERRA
SURGE NO ALTO DA SERRA
UMA NUVEM LENTAMENTE.
O SERTANEJO PRESSENTE
A LINDA TRANSFORMAÇÃO
BATE FORTE O CORAÇÃO
CHORA DE BEM COM A VIDA
ANTEVENDO A DESPEDIDA
DA SECA EM NOSSO SERTÃO.
NAS TELHAS DO FIRMAMENTO
O TROVÃO SALDOSO ESTRONDA
UM GAVIÃO SENTE A ONDA
DAS VALENTIAS DO VENTO.
DO NEVOEIRO CINZENTO
UM RAIO ABRE O PORTÃO
O CÉU SE JOGA NO CHÃO
TODO O SERTÃO ESTREMECE
A SECA DESAPARECE
É DEUS BEIJANDO O SERTÃO.