Manhã de sol
correm a vê-lo
com sua barca
junto ao Restelo.
Manhã de bruma,
por mares infames,
sempre navega
o bom Gil Eanes.
Gil, Gil Eanes,
Gil, Gil Eanes
alagado no teu suor.
Vai, vai ó nauta,
vai, vai, ó nauta
para as terras do Bojador !
Às vezes vem só
quase morrendo,
outras vem breve
no pé correndo.
Sempre teimando,
com tal coragem,
no mar desponta
nova mensagem.
Nem sempre o mar
lhe foi fiel,
rudes procelas
em seu batel.
Mas mesmo assim
colheu um dia
as brancas rosas
de Sta. Maria !
Francisco de Assis
In CANCIONEIRO