Já fui moleque, matuto, beiço rachado
Cortei lenha no roçado pro fogo não se apagar
Tirava leite no curral de manhãzinha
Criava cabra e galinha, um concriz e um sabiá
Gaiola aberta dando um viva á liberdade
O ir e vir da verdade ao canto dos passarinhos
Quem canta livre canta e encanta com vontade
Por inexistir maldade, sempre quer voltar pro ninho
Foi o destino que me empurrou pra cidade
Fui buscar uma faculdade pros filhos virar doutor
Missão cumprida a deus tô agradecido
Foi sorte não ter morrido de saudade, angústia e dor
Crias crescidas e já entregues pro mundo
Pra não virar vagabundo lá pra roça vou voltar
Volto pro mato onde mora a liberdade
Pro meu rancho da saudade, vê o dia clarear
Volto pro mato onde um dia fui feliz
Meu sabiá meu concriz, vão ouvir o meu cantar