Quero estar além do Tejo
Mas me desdobra a alma
e varre-me com a força
dessa mesma correnteza
e lá me vejo.
Eis que meus dias plácidos
são raros cá, donde me fendo
me reparto e volto aos campos
verdejantes d'outros tempos
A boemia que habita em mim
Traz-me saudade e como fado
Arde em mim a nostalgia.
Vagueia sempre esta alma
Minha desvairada companheira
nestes arrebóis, qual galhardete
a tremular naqueles ventos
Vai até Aveiro e à Coimbra
Em romaria, como se lá fosse
Sua morada e noutras almas
Acha alegres companhias.
Cristhina Rangel.