Sou o sussurro que renasce a cada prece,
um fecho de luz que transborda em cascata da escuridão,
Sou o sonho... o amanhecer no campo que floresce,
o desejo... infinito e puro vindo do coração.
Sou a bruma que cobre a fronte do poeta inocente,
Fantasias soltas, perdidas no tempo e no espaço,
Sou o medo...incontido na alma dolente,
a coragem... lívida e livre a qualquer laço.
Sou a folha de outono ao sabor do vento
À procura de abrigo, uma morada;
Sou o vento... beijando seu corpo todo momento,
Desalinhando seus cabelos, sua face corada.
Sou a noite... a lua embevecida
Derramando luz num arco íris imaginário...
Girando numa rota confusa e precisa
com pensamentos insanos e revolucionários.
Sou a ira, a lágrima perdida na chuva,
o sorriso aliviado após a tempestade...
Sou a promessa de amor eterno, a jura,
a vida, incrustada na perversa saudade.
Fujo a todos os regulamentos,
sou o aconchego, o vazio, frio, calor...
Sou a febre e a cura dos ferimentos,
Eu sou... simplesmente o amor.