Apodreceu o cerne
Sentiu o tronco!
Destilou orvalho dia e noite
Nos poros quentes de vontade
Vontade de viver
A raiz lutava
A chuva de vermes
Fustigava...
e a planta soçobrava
Lutou a planta e resistiu
por muito,
Buscou ajuda e recebeu de alguns
A planta mãe abriu seus galhos
e buscou com força proteção
A planta pai, tronco ferido retezou
Também lutou.
Murcharam folhas e caíram
Enquanto o vento fustigava atroz.
A seiva minou
A árvore secava,
Mas a beleza do sussurro
E da luz que irradiava
Revivia e alegrava
Iluminou a selva de concreto
Enquanto soçobrava!
E gorjeava em tons cálidos, gostosos
Aquele pássaro que a planta mágica
Encarnara.
Em simbiose verdadeira
Planta e pássaro enfeitaram
Esse mundo conturbado
Por décadas, por anos...
...
Ai!
Que pancada!
A árvore foi derrubada!
(Enterrada ou cremada?)
E o pássaro?
Gorjeia agora nos ouvidos
Dessa selva de concreto
Que às vezes
Perigosa e indiferente,
Não escuta,
Não entende
Nem pretende!
Ideologia?!?
Procura e busca a tua!
A planta achou.
O pássaro que lembra a planta
Pra te lembrar ficou. ♥♥♥♥♥♥♥ Ouça o áudio: Homenagem Póstuma Assista o vídeo: Homenagem Póstuma