E que tudo o que foi dito
Derreta nas línguas fluídas do esquecimento.
Nada vale a pena ser lembrado para sempre,
Pois sempre é tempo demais.
Não há memória que para tudo dure,
Pensar mata neurônios fragilizados.
E que tudo que seja feito seja de prazer
E pressões enamoradas ao ego.
Todas as palavras podem e são corrompidas
A cada instante de prática,
Pois é da natureza humana
Fazer do seu comportamento a porta da janela,
De um jazigo sepulcral para todas as livres e instintivas relações.
E que tudo desejado possa ser realizado ao enfumaçar da areia vidro.
Que no âmago dos quereres,
Mesmo o não proferido tenha a chance de ser,
Pois a fantasia de se estar vivo é a doce enferrujada engrenagem
Desta inocentemente culpada humanidade.