SEMENTES DE VERSOS
Nadir A. D'Onofrio
Muitas sementes em terra fértil lancei
Vi germinar, crescer, florescer, frutificar
Outras em terra árida perdi
O vento tão longe levou!
Juntando letras para expressar
O recado que teimo em passar
Único recurso do poeta...
Que chora sorrindo e como palhaço
Consegue gargalhar chorando
A dor sempre latente
Mexe com o emocional fragilizado
Tento sufocar, dissimular, escamotear
Para quê?
Será que não percebi!
A semente tão especial
Não encontrou solo acolhedor
O sol sem piedade a queimou
Como resposta ficou a certeza...
Era preciso sentir a solidão!
Dos versos sem repostas
Solidão do corpo físico
E o frio que fustiga
Enregela Minh’ alma...
20/12/2004
Santos/ SP
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