ANÉIS
Um grande vazio me preenche
De certa forma que transborda,
O que era matéria, é desmanche,
O que era próprio, me recorda
Dos tempos idos sem espaços,
Da falta de desvãos, lacunas
Dos anéis em terrenos baços,
De chumbo entre ralas plumas.
E um deus Cronos que escraviza,
E se prende ao pulso tal algema
E que o escravo vê e utiliza,
E mede o que ele solicita,
E corre, pois senão se espreme,
E chora, e treme, soluça e grita.