As flores que eu colhi,
Contei todas, uma a uma,
Secas no meio das folhas
Do livro que hoje eu lia...
Guardei até as folhas!...
Pois nela julgava,
continham algo...
Era o que me ia n’alma,
Pelo tempo...
Não errei.
Hoje abro a primeira página,
Nela busco a rosa colhida
No dia da partida da bela inocência
No limiar da adolescência...
Vou olhando vou tocando
As pétalas visualizando!...
Os amigos, os amores, vão chegando,
Com alma, aromas e cores...
Um jardim florindo aqui dentro
Brotam raízes!...
Afloram orquídeas, azaléias, cravos,
Um caramanchão de rosas,
Todas e todos a minha volta...
São amigos novos que chegaram,
Hoje com eles tomo café,
São minhas crianças,
Com elas divido a fé...
São os netos a minha volta
A pedir muitas estórias,
Ou mesmo a nossa história,
Eu sentada em um banquinho...
Vou contando e em flores vou tocando
Eu contando e eles se admirando!
Como flores viram histórias,
E das secas faz-se um jardim.
Denise Figueiredo
Em
Dois Povos
um destino
2ª Antologia LiteráriaAno II 2006
Ed Abrali
Grupo Ecos da Poesia