O PAPAGAIO ( * )

Seguindo a estrada da vida

Que é para uns curta

Para outro é comprida

Definida pela sorte

Começa no nascimento

Termina chegando a morte

É por isso que devemos

As coisas valorizar

E as vezes nem percebemos

Nem mesmo o tempo passar.

Na minha simplicidade

Evito o pessimismo

E com esta qualidades

Sempre vivo o otimismo.

Não sou nenhum viajado

Sempre tenho meditado

Vendo o tempo passar

Contando bastantes janeiros

Sou mesmo aquele mineiro

Mas com esse meu jeitinho

Tenho coisas para contar.

Estando em Brasília

Com meus filhos e minhas filhas

Contemplando a Capital,

Ministérios, Lago Sul

Conjunto Nacional

Memorial JK

A fantástica Catedral.

Mesmo com tanta beleza

Me lembrei da natureza

Do meu rancho lá no sítio

Não tem nada mais bonito

A saudade foi demais

Dei vontade de vir correndo

Pra minha Minas Gerais.

Continuando o passeio

Satisfeito, é lógico

Decidimos visitar

O Jardim Zoológico.

Ai sentir-me a vontade

Contas variedades

O contato com a natureza

Ao chegar no setor de pássaros

Encontrei grande surpresa.

Um bando de papagaios

Naquele imenso viveiro

Voavam de galhos em galhos

Ali estavam prisioneiros.

Aproximei da tela

Quando um dos papagaios

Daqueles de penas amarelas

Numa linguagem tagarela

Falava me dá o pé

Passei o dedo pela tela

Fiquei admirado, até

Ele pulou no meu dedo

Carente de cafuné.

Eu o acariciava

No papagaio notava

Tamanha felicidade

Que até os olhos fechava

Repetindo purutaco

Me dá o pé cravo

Me senti diminuido

Fiquei menor que um centavo.

Ali fiquei um bom tempo

Mas precisava ir embora

Ao deixar aquele papagaio

Foi triste aquela hora.

Quando fui me retirando

Devagar distanciando

O papagaio gritava

E lado a lado voava

Completamente desesperado

Naquele pássaro eu via

O que ele mais queria

Era por mim ser levado.

Aí, baixei a cabeça

Balançou meu coração

Lembrei de tantos irmãozinhos

Que como aquele passarinho

Estão sofrendo na prisão.

Fui saindo de fininho

Extasiado, podem crer

Enconstei-me num cantinho

Para chorar sem ninguém ver.

( * ) A referida poesia é de autoria de ( Manoel da Silveira Corrêa - conhecido em Vazante-MG como: Manoel da Tunica). Disponível em: http://rogerioscorrea.blogspot.com