Deslizam meus dedos
poro por poro, pelo por pelo
na essência do corpo que é a pele nua.
E o inconformismo continua.
Devagar, deixo pontos de interrogação
em cada milimetro quadrado de tecido
que exalta minha libido
pela textura que não é deste mundo:
é uma pele inexistente, feita de nuvem e verão.
E ela atrai minha mão
para o corpo nu ali deitado,
como se eu fora a mãe, e ela, a cria
que o puro instinto acaricia.
O resto é ruído e ruína,
aspereza, limalha, lixa, concreto...
...então, já que calhou de ser esta minha sina,
aviso:
não saio daqui nem por decreto.