Taric
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Todos os dias assim que Liily acorda, ela pula de sua cama feita de pétalas de rosas e uma das primeiras coisas que faz é ir visitar seu amigo Taric, uma inteligente formiga que adora ler e usa óculos de lentes um tanto grossa; ele sempre tenta por um pouco de juízo na cabeça de Liily, mas seus esforços são vãos, aliás, é Liily que acaba convencendo Taric a fazer o que ela quer, e assim sempre acabam se metendo em confusões.
Houve uma vez que Liily e Taric foram até as Colinas Azuis, tudo porque Liily queria porque queria ver de perto as Borboletas Reais, é claro que de início Taric não concordou, mas como sempre acabou cedendo. Ah! Eu me lembro disso tão bem como se fosse ontem, foi assim: Naquele dia Liily se despertou espreguiçando longamente e dando um enorme bocejo, lembrou-se de ter sonhado com asas, sim ela tinha asas e voava e voava e suas asas eram as mais belas que já havia visto, é lógico que ela foi correndo contar a Taric toda entusiasmada ---Eram asas lindas, entende? Eram muito mais lindas do que as das Borboletas Reais.
Querendo dar uma de sabido e sem demonstrar tanta empolgação Taric falou: ---E por acaso você já viu as Borboletas Reais?
Liily perdendo um pouco a pose tentou disfarçar, mas é claro que ela nunca vira as Borboletas Reais, tudo o que sabia é que as Borboletas eram as montarias das princesas e só havia quatro em todo o reino, uma para cada princesa. Mas isso não é justo! Pensou a fadinha. Ela queria conhecer-las e já que não tinha as própias asas como a maioria das fadas, queria de preferência voar em uma; e a partir daí pôs na cabeça que queria vê-las de perto e ponto final.
---Mas Liily, não podemos ir até lá, argumentou Taric.
---E por que não??
---Porque as princesas moram nas Colinas azuis e as Colinas Azuis por sua vez ficam muito longe, veja. Dizendo isso Taric pulou de sua cadeirinha e foi até a escrivaninha apinhada de livros e papéis que se espalhavam para todos os lados, depois de procurar por um tempo, puxou um pesado livro e o trouxe para junto de Liily dizendo: ---Isso é um atlas, aqui tem todos os lugares do reino. Com muita pratica como se fosse um professor Taric passou a mostrar um mapa para Liily, apontando com sua minúscula patinha onde se encontravam, traçando uma linha acidentada até as Colinas Azuis.
---Viu só? Estamos aqui, no Bosque Feliz, daqui temos de ir para a Floresta Livre, dizem que tem criaturas estranhas lá, depois temos de atravessar o Rio Claro e eu tenho medo de água, você sabe, e ai vem o pior o Pântano-Pantanoso, tenho arrepios só de pensar, ai vem o Deserto da Solidão, depois é necessário atravessar a Grande Cidade, subir, subir até chegar às Colinas.
Após toda essa explicação, Taric tinha certeza de que Liily havia desistido da idéia, mas ao olhar para ela uma ínfima ruginha lhe vincou a testa, pois Liily tinha as mãos na cintura e com uma expressão obstinada no rosto disse:
---Quero ver as Borboletas Reais!!
O pobrezinho se deixou cair em sua cadeira de balanço e ficou um tempo pensativo, antes de dizer:
---Bem, vai levar um tempo para nos prepararmos, quer dizer, teremos de levar alimento e... Foi interrompido por Liily que saltou em seus braços, tascando-lhe um beijo na bochecha.
---Aí! Cuidado! Assim você me amassa. Disse Taric, todo encabulado.
---Te adoro Taric! Você é o meu melhor amigo!
Taric meneou a cabeça, sem conseguir esconder o carinho que sentia por aquela fadinha.
---Aí, aí, eu ainda vou acabar me arrependendo por fazer tudo o que você quer, se vou...
Como resposta Liily tascou-lhe mais um beijo na outra bochecha.
Bem que gostaria de lhes contar as incríveis aventuras por quais passaram Liily e Taric naquela grande viagem, mas infelizmente isso vai ficar para outra ocasião, mas para que não fiquem tão curiosos vou-lhes dizer que a viagem valeu muito à pena, pois eles não só viram as Borboletas Reais, como se hospedaram no castelo da rainha e ficaram muito conhecidos por todos do Bosque Feliz, pois daquela região eram os únicos que tinham se aventurado por terras tão distantes.
Porém o que me traz aqui é outra história um tanto, digamos, mais triste, mas que espero do fundo do meu coração que tenha um final feliz. >>
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