Quando pequena, sonhava ser fada,
Que desnudava o mundo concedendo desejos
Com sua varinha de condão
Hoje, sou poeta
Meu condão é minha pena
Que pelas linhas fabrica
Mundo de utopia e aspiração
Ou apenas traduz minh’alma
Translúcida e peneirada
Pela latitude zero
Entre a ponta da esfera
E a celulose e o jargão
Para muitos, enigmático e inexplicável
Este viver bifurcado entre
As leis e os versos
A razão e a emoção
A necessidade e a distração
No entanto,
Eu só sobrevivo
Porque faço do meu poetar
Verdadeiro ofício
A poesia do meu ser
É o que me faz, dia após dia
Renascer