BUSCA

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BUSCA

Ah! Amor que se escondeu
Escorre lânguido, sem vida, sem perfume
No emaranhado disforme e controverso
Experimente me encontrar
Veja se pode se entregar
Caminha, venha até aqui
Me faça rir, me faça chorar.
Coloque som no meu silêncio
Cor na minha luz
Faça-se presente, mesmo disfarçado
Mas venha até mim,
Estou temendo a espera severa
A alegria quimera
A primavera sem flores
O encontro sem magia
A paz sem sossêgo
O mar sem ondas
O Céu sem estrelas
A terra sem plantas
O animal sem pureza
A natureza sem verdade
Oh vida minha!
Insensata, mórbida, fugaz
Que se encanta com tão pouco
Que se vê distraída e perdida em cantos e contos.
Oh vida minha!
Minhas mãos vazias anseiam conteúdo
Meu sorriso cálido não tem mais motivo
Minhas esquinas não têm curva,
Estão apáticas, resvaladas, assim como eu...
Presa aos grilhões do tempo
Que passa, mas não anda, é ínfimo.
Inerte ao sincronismo da vida
A espera que do silêncio ecoe um sussurro
Em busca do colorido das manhãs sempre cinzentas
Pronta para te receber de braços abertos...
Grande amor, Amor meu...
Só meu.

Amália Klopper