A minha noite foi tremendamente agitada!
O desejado repouso, não chegou a sê-lo
E todo o meu sono foi um enorme pesadelo,
Em que não repousei nada de nada...
Ainda estremunhado por uma realidade obscura,
Acordo transtornado e profundamente aflito,
Pois no meu cérebro ainda ecoa aquele grito
De um cruel momento, na noite fria e escura!...
É grande a confusão que vai na minha mente
Um vulto grotesco movimenta-se na escuridão;
E um rosto de mulher é impedido por gélida mão,
De gritar o medo que o seu corpo sente.
Vejo-me a correr para salvá-la do estripador,
Mas existem sempre obstáculos invisíveis
Que tornam os meus esforços impossíveis…
E fico impotente a testemunhar aquele terror.
A faca brilha sinistra na mão decidida;
Dentes apavorados tentam morder a mão opressora,
Mas um grito lancinante percorre a alma que chora,
No frágil corpo exangue, que se despede da vida.
Junto o meu grito, ao seu suspiro final...
É mais uma jovem que parte sem ter vivido!...
E eu choro impotente, sentindo-me perdido,
Na mágoa de não ter impedido, nova vitória do mal.
Noite após noite, o mesmo crime se repete,
Como se tratando de alucinada tortura
Capaz de conduzir à mais insana loucura,
Que toda a minha estabilidade compromete.
Mas, como que anunciando novo rumo no destino,
A Lua iluminou por instantes a cena sinistra
Trazendo aos meus sentidos determinante pista
Porque desta vez... Eu vi o assassino!
Corro satisfeito para o banho gelado
E lavo o meu corpo transpirado e imundo...
Quero gritar a minha vitória ao Mundo:
Há um criminoso que vai ser capturado!
Enquanto me limpo, sinto que renasci
E no meu corpo corre um raro frenesim…
Mas, ao fitar o espelho, grito fora de mim:
- O MONSTRO ESTÁ AQUI! O MONSTRO ESTÁ AQUI!!!
*********************************************************