“Mirem-se nos exemplos
daquelas mulheres de Atenas...
(Chico Buarque).
Um poder feminino ponderado
vai vencer o desatino exaltado,
além de reproduzir, com amor,
todo o bem do porvir vencedor.
A mulher que se preza,
se quiser, ajoelha e reza,
para obter poderio da conquista
e vencer um desvario machista.
O macho pensa que ordena;
porém, sem querer, obedece a sina,
bem por baixo de uma cena,
que vem do poder da prece feminina.
Uns homens imponentes, de frontes
coroadas, em diferentes horizontes,
superaram os tristes prantos dos desatinos,
mas se curvaram aos encantos femininos.
Bravos que não choravam na guerra
contra as impiedades dos tiranos,
angustiados, derramaram pela terra
choros de saudades como insanos...
Uma mulher tem como arma
a saudade que causa na alma
de todo ser por ela apaixonado,
que para vencer será derrotado.
Homem deve vencer a arrogância
se não quiser morrer na distância,
da mulher que lhe dá uma sustância
sem qualquer “blá” de implicância.
No entanto, numa crise possessiva,
todo e qualquer encanto se esquiva:
quebra-se um grilhão, com a paz na alma,
procura-se uma outra paixão mais calma....
Todavia, há quem goste de uma imposição,
onde não há poesia de porte ou inspiração.
A mulher inteligente conduz sem impor,
convence docemente, seduz com amor.
Paulo Marcelo Braga
Belém, 31/08/2007
(18 horas)