Por ti minha docilidade não me faz vulnerável. Temo me enganar ou me iludir. E por não conseguir a segurança que desejo, tento me levar pelo acaso. Suponho, com fingida frieza, tudo um dia acabar ou ter um final feliz. Não sabendo como agir, confundo-me como tua vítima ou teu algoz. Descobrindo, por fim, que não existe uma relação de dominado e dominante. Percebendo aos poucos o sabor do companheirismo, a doce cumplicidade. Aprendendo com teu silêncio e nele entrando para ganhar o meu também. Ganhando uma paciência que não supunha ter, despertando uma nova visão. Sentindo, dia destes, um brilho diferente em teu olhar, vendo, finalmente, a ti.. Reconhecendo em teus olhos parte dos meus mais secretos sonhos. Enfim, conhecendo-te, percebendo-te, por fim, muito próxima de meu coração. Vendo-te como parte de mim e imaginando-me como parte tua também...