Para as mulheres a quem Deus não concedeu o privilégio de serem mães, vai o meu abraço e amor de filha. Decerto, o Criador lhes reservou outras nobres missões!
Para as mulheres que tendo em seu ventre o poder da maternidade, o recusam, por necessidades pessoais imperiosas, não julgáveis nem condenáveis por quem quer que seja, vai a minha compreensão de irmã.
Por último, para aquelas que, por vaidade ou comodismo, renegam a bênção de ter em seus braços um filho, criança, o mistério mais sublime da Criação, vai este meu poema azul e rosa!
ÉS LIVRE?...
Teu corpo é lindo, mulher
e és livre pra o usar!
Podes dá-lo a um escultor
que em pedra o queira moldar
ou posar para um pintor
que to deseje pintar;
Com ele vender amor
ou dá-lo só por prazer
como melhor te aprouver...
Para tudo tu és livre,
teu corpo podes usar!
Mas esse corpo tão lindo
é perfeito porque tem
em seu precioso ventre
o dom maior de ser mãe!
Serás tu livre o bastante
pra ter filhos se calhar,
não tê-los se os não quiseres,
desfazê-los sem chorar?...
Serás tu livre o bastante
para sem dó impedir
que uma alma distante
venha ao mundo progredir?...
Teu corpo é lindo, mulher
e és livre pra o usar!
Mas em nome do infortúnio
doutra mulher que não tem
essa ventura também...
Tu não destruas, mulher
essa Estrela Divina
que o teu ventre contém!
Seja menino ou menina,
ficarás muito mais bela
se para além de mulher
souberes ainda ser mãe...
Tão grande quanto uma estrela!
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(In Antologia Terra Lusíada – ed. Julho 2005)
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In E-Book "Luas e Marés"
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