No interior de todos nós,
se esconde um negro enfurecido,
por não lhe emprestarmos a voz
para seu grito oprimido,
por não lhe emprestarmos as pernas
para o seu gol de domingo,
por nossas mãos e mentes vazias.
No íntimo de cada um de nós,
encontra-se um índio entediado,
por não lhe cedermos os lábios
para seu riso rasgado,
por não lhe estendermos as mãos
para o seu rito sagrado,
por nossas vidas tão sós.
No fundo de todos nós
tem um amarelo resignado,
por não lhe darmos ouvidos
a sua voz do silêncio,
por não lhe fazermos a chama
para queimar seu incenso,
por não desatarmos os nós.
Lá dentro de cada um de nós
tem uma mulher reprimida,
por não lhe darmos os olhos
a sua lágrima sentida,
por não lhe entregarmos o corpo
para sua dança com a vida,
por não confiarmos nos prós.
Num cantinho de todos nós
tem uma criança perdida,
por não lhe darmos os joelhos
para fazer sua ferida,
por não lhe darmos o coração
para a sua doce inocência,
por não termos, como os rios, a certeza da foz.
Dia mágico, quando todos nós:
escutarmos, do silêncio, a voz;
confiarmos nos prós;
desatarmos os nós;
não vivermos tão sós.
A canção e apresentação em Power Point- PPS “Desatando os Nós” encontram-se nos endereços:
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