Maldita falta de assunto!

Maldita falta de assunto!


          Xiiii!!! Essa é velha: escrever uma crônica sobre a falta de assunto quando não se consegue pensar em nenhum outro assunto sobre o qual se falar.

          Mas, caro leitor, você há de convir que, às vezes, recorrer ao lugar comum é cômodo e prático e, porque não admitir, poupa muita dor de cabeça.

          Pensei em escrever um lindo soneto de amor, todavia, por estes dias, a patroa anda menstruada. Assim, ficou faltando inspiração.

          Cogitei em escrever uma prosa poética bem melada e filosófica, mas hoje acordei engolindo a vida com casca e tudo.

          Ponderei sobre as vantagens de elaborar um conto fantástico, daqueles sem pé nem cabeça que pudesse dar uma enganada. Daqueles sem começo, meio ou fim e só com um amontoado de imagens desconexas. Para os desavisados pode até parecer uma obra artística abstrata, mas, para quem é inteligente – e  você certamente o é – ficaria mais do que evidente minha embromação literária.

          Por que não um poetrix? É curtinho e com pequenas frases feitas seria fácil de construir. Porém, pior que ser um escritor sem idéias é passar a clara idéia de que sou um escritor irremediavelmente medíocre.

          Puxa! Ficou difícil! Assim, cá está uma crônica bem fuleira. Ao menos, prendeu sua atenção até aqui
– assim espero!  
          
          Isto é o que eu chamo de estelionato literário.