Nova Forma de Amar
Desnudando a delicada beleza.
Desnudando-se dos impulsos da força.
O passado pode guardar dores,
mas também ser catalisador
de doces e sagradas lembranças.
Buscas paralelas
que cruzam-se pelos caminhos,
alimentando uma sutil esperança.
Perdendo-se um do outro,
mas nunca perdendo o afeto
que intui expectativa do reencontro.
Que não seja o vínculo
dos amantes apaixonados,
mas tão intenso
como de velhos amigos.
Que as antigas carícias
não se degenerem em desafeto.
O respeito ao ego alheio
pode revigorar sentimentos,
purificar emoções,
produzir agradáveis momentos,
renascer em afeto revigorado..
Melhor reinventar a forma de amar
do que ficar à mercê do repúdio,
destinado a contínuo afastamento.
Melhor o toque das mãos
num terno e afetivo abraço
do que o seu acenar num confuso adeus.
Melhor se acomodar à realidade,
do que trair-se nas dores das ilusões.
O perigo está em modificar
o que era promessa de amor
que acabou por não se realizar
em possessiva e caprichosa paixão.
Mais sensato é amenizar o querer
do que tornarem-se cativos
de ocultas e amargas lágrimas,
concluindo que a serenidade
é forma humilde de se amar,
que é meio de respeitar corações.
E quem sabe a atitude diferenciada
consiga a leveza, leve à liberdade
que não fere a auto-estima
dos antigos amantes,
transformando a má possibilidade
de um trágico e dolorido ”adeus” ,
num sempre “até breve”,
ou num “te vejo por aí”.
Pois que os olhos não serão desejo,
mas paz de quem compartilhou,
ainda que com alguma dor,
mas também algo de bom..