Lágrima na Madrugada
Flor que morreu na madrugada,
abandonada à solidão da lua.
Criando maldito pedaço de tempo,
dando vontade de tirá-lo do presente.
Vultos do pretérito.
Vis habitantes do passado.
Velhas trilhas que não esqueço,
lembranças que tento libertar.
Sonhos perdidos em delírios.
Incauta dor que grita em silêncio.
Ecoam passos pelas ruas,
perdem-se emoções pelo tempo.
Vazio que se preenche de dor.
Dor que definha as esperanças,
criando muitos lentos segundos.
Grades de prisões invisíveis.
Bate no rosto
o ar que vem dos porões da alma.
O que é profundo quer altitude.
O que é pesado quer voar.
É água gelada encontrando fogo.
É aridez da boca e do cérebro.
É convulsão e paz.
São palavras paradas na garganta.