Hoje , de certa forma, todos acordamos mais tristes.
Mas com certeza a geração da "pop music" dos anos setenta se sente afônica.
Morre aos cinquenta anos o mito artístico universal MICHAEL JACKSON que encantou o mundo com a sua arte , bem com o intrigou com a sua curta existência de trajetória tão exótica.
Era exatamente meados de mil novecentos e setenta e cinco e eu fazia quinze anos.
Eu não os comemorei com aquela festa tradicional de debutantes, mas para aquela época eu já havia ganho um presentão: uma vitrolinha portátil de cor amarela e um vinil de Michael Jackson, na verdade dos Jacksons Five , aonde Michael cantava sua canção mais famosa "I'LL BE THERE", que explodia nas rádios do momento.
Naquele dia, fazia muito frio. Coloquei o vinil para tocar e me lembro que o som daquela voz de timbre tão alto e afinado viajou pela neblina densa daquela tarde...que escorria pelo vidro da janela da sala, e aquele som nunca mais saiu de dentro de mim.
Há canções que nunca se calam.
Eu que já amava a música e o violão, tentei esboçar alguns de seus acordes, muito difícies para mim naquele momento.
Engraçado, só hoje me dei conta," I'LL BE THERE" me parece a música mais romântica que Michael Jackson gravou, eu não me recordo de outra letra tão poética.
Todos sabemos que a arte é eterna e os artistas se imortalizam através da sua arte.
Porém , a cada vez que nos despedimos de algo da nossa história, é como se nos despedissemos duma parte de nós, que a despeito de ir, fica para sempre.
É nessa hora que as vozes reaparecem, e a emoção canta mais alto...pelo tempo.
Michael Jackson é mais uma estrela que sobe para iluminar o misterioso céu da eternidade.
Ele sempre estará lá, como também permanecerá entre nós...para sempre.