Minha cidade, bebê nasceu,
Pequenina e cheia de desejos...
Cercada de promessas, mimada,
Com furtivas noites esperadas,
Em canções proferidas na jornada!
Almejou por vontades e lampejos,
Em paisagens de sonhos desenhadas...
Criancinha, prossegue e a custo aprende,
Discernir entre mãos destras e canhotas...
Minha cidade, cresce e raquítica não se rende,
Foge aos padrões normais, saúde perde!
Vontades ambidestras, paisagens mortas!
Arrancam-lhe a pureza,cruelmente.
Estuprada e marginalizada,
Traz rugas de velhice, adolescente,
Em olhos entristecidos, aterrada,
Minha cidade, cresce e morre estigmatizada...
Paisagens perdidas, inocência roubada!