Segredos
Ainda vou riscar o teu nome na minha mente,
No luar, no céu azul, na terra,
Onde irá crescer como semente,
Vou desenhar a lápis o teu contorno,
Em meus sombrios sonhos,
Onde mergulho quando a noite é escura,
E árida, tal é o desconforto,
O deserto e a secura.
Não te encontrei num pedestal,
Nem nas imensas linhas do jornal,
E isso não impede o teu brilho,
Nem a formosura, nem a vontade.
Encontrei-te a remexer meus poemas,
A rabiscar meu nome na areia da praia,
E as minhas letras em teus lençóis e na tua saia;
E os muitos segredos que me contas ao ouvido,
E só têm teu amor, num único sentido.
Quase sempre o expressar do teu sonho,
Traz o brilho das tuas lágrimas,
Onde se impõem a derrota, e a vitória da vida,
Só tendo o amor, como armas,
E o incansável abraço que me deixas à janela,
É o meu mundo, minha muralha,
Onde te aguardo de sentinela.
Nenúfar 16/3/2009