DAS MARGENS DO PINHEROS...PARA AS MARGENS DO SENA...

Meu cenário está bem distante e muito difere do da "MAISON DE LA RADIO", às margens do Sena, embora todas as manhãs esse nos venha à imaginação através da já tão companheira voz do radialista Reali Júnior, correspondente internacional da rádio Jovem Pan am de São Paulo.

Não sou tão jovem assim para não me lembrar da sua voz que tanto aprecio, desde os meus tempos de criança, quando meu pai pontualmente ligava o rádio às sete da matina, e eu acordava com o jingle..."vambora vambora, olha a hora, vambora".

Era hora de levantar, estudar para poder lutar pela vida...

E quantas horas passaram e repassaram, nas quais pontualmente a Jovem Pan me acordava e Reali Júnior tão competentemente nos lincava às notícias do mundo, mais precisamente às do mundo europeu.

E aqui nesse espaço, simplesmente na qualidade de ouvinte assídua e grande admiradora do sério serviço de utilidade pública prestado pela rádio, é que gostaria de congratular-me com o nobre radialista pela condecoração recém recebida, o título de professor Honoris Causa pela FMU, FIAM-FAAM e FISP, conferido à sua brilhante trajetória pelo jornalismo brasileiro.

Quando soube da notícia, além de julgá-la um importante reconhecimento do seu mérito pessoal inestimável, considerei uma grande homenagem, não apenas ao jornalismo brasileiro ,como ao próprio veículo de comunicação: as rádios.

Sou uma apaixonada pela radiodifusão porque nela a notícia não tem cara, não tem maquiagem, não tem holofote, não tem artefatos,não tem manipulação.Tem é alma! Muita alma. Depende puramente do artista...e da sua arte.

E a voz , instrumento primordial e singular do radialista, é seu mais legítimo meio de expressão, e através dela suas palavras ganham força na sua real acepção. Um bom radialista parece fazer mágica com notícia falada. Sempre uma caixinha de surpresa para quem o ouve.

A voz é nosso registro fino de identidade e da personalidade, no sentido mais íntimo da palavra "persona", e é através da sua qualidade de fonação e impostação, que o radialista teatraliza a emoção que a notícia desperta em si e no seu ouvinte.

Uma arte de poucos, deveras.

Desde a descoberta das ondas eletromagnéticas, desde a invenção do primeiro, digamos, "hardware" das rádios, ou seja o rádio de Marconi, se passou pouco mais de um século, e as comunicações e as telecomunicações se transformaram muito rapidamente.

Do telégrafo ao telefone, da televisão à internet, a radiodifusão permanece até hoje no seu status merecido, desde os remotos radinhos de pilhas até os monitores das internets wireless, penetrando em todas as classes sociais, em todas as gerações, cada vez mais com seu espaço garantido, simplesmente porque é arte, e se é arte, é artigo singular.

O rádio é emoção, entretenimento, é informção, é alerta, é crítica, é cultura...é história!

"Nós somos as cantoras do rádio..." quem já não ouviu a tal melodia?

Enfim, um grande instrumento de transformação social.

Parabéns a Reali Junior e a classe de profissionais de jornalismo da rádio brasileira que com ele foram também reconhecidamente homenageados.

Alguém nesse país da desinformação, tem que ser professor "honoris causa" da informação...e sempre por uma nobre causa!

Aquela que promove e fortalece a nossa cidadania.

Quem sabe assim, um dia também navegaremos pelo Pinheiros com a mesma emoção e consciência ecológica com as quais se desliiza pelo Rio dos enamorados..sob as ondas difusoras da Maison de La Radio...