AMPARO DOCE
Quando chegas, de mansinho,
nas minhas horas mais frias,
aqueces-me as mãos caídas
como feridos passarinhos...
Então...
sinto o teu encosto doce,
as tuas asas de lã,
feitas de nuvens branquinhas
e de brilhos de manhã...
Anjo...
quando chegas, mansamente,
trazes encostos de plumas,
onde a minh'alma doente
repousa as dores que adormeço...
Assim...
doce e quente o teu beijo
que só no meu coração sinto,
dissipa a verdade que minto
e tu és minha... outra vez!...
E não fraquejo,
embalo-te de novo o riso,
tomo de ti o amor,
que preciso partilhar
por todos os tempos, os ventos,
as pessoas e os alentos
que é urgente abraçar!...
A ti me recosto...
Sei que posso...