Foi na curva de um sonho, Recostado à beira mar Numa folha azul de versos No vento sul a flutuar, Que achei quem procurava: Meu amor, a alegria que encantava Doce alma que um dia Sonhei reencontrar E sempre poetizando a chamava E por ela sempre viví e esperei, Pois sabia que ao meu encontro viria. Muitas foram as estradas que andei Subi montanhas, cruzei os sete mares, Te busquei por toda parte Até no céu do meu encanto, Firmamento azul que versejando canto. Fiz e refiz o meu caminho com arte, Pincelando meus pensamentos impacientes Em aquarela colorida e assim Espandia minha essência Nas horas do silêncio de espera, Entre desejos e súplicas de ti. Visitava a lua cheia, Conversava com as estrelas Perguntava a elas quem eras, Onde estavas...porque não chegavas... Se era um sonho impossível, Fanatismo... Resolvi então ficar aqui Recolhida e acolhida Em meu jardim secreto Rosa esquecida... Eis então que um belo dia Em fim de tarde, Na hora da ave Maria Quando tudo enfim silencia Em prece ao som do campanário A hora marcada me esquece Em céu quase lilás, As andorinhas em revoada ao ninho Meu olhar perdido no infinito de ti... E assim tão de repente Quando eu menos esperava Chegastes em frêmito vôo Em tuas asas coloridas Por meus sonhos tingidas E em minhas pétalas umedecidas Repousaste o teu beijo e o teu tudo em mim, e assim Saciastes a sede do meu amor Me amando Dentro de um momento de longa espera No espaço de uma lágrima a rolar Sobre a folha azul do meu poema Impresso o amor, Voando a beira mar....