A HISTÓRIA DO LENÇO BRANCO

Publicado por: Eduardo Mendonça
Data: 18/01/2009

Créditos

A HISTÓRIO DO LENÇO BRANCO AUTOR-EDUARDO MENDONÇA INTÉRPRETE - GUEL E LÍVIA TÉCNICO DE GRAVAÇÃO - HUDSON BAHIA. ESTA LETRA FOI FEITA A PARTIR DE MUITAS HISTÓRIAS QUE CONHECI NAS CENTENAS DE ENTREVISTAS QUE FIZ PELOS CAMPOS E FAZENDAS DA MINHA REGIÃO E TAMBÉM DE UMA HISTÓRIA QUE ENCONTREI NO LIVRO "HISTÓRIAS QUE TOCAM O CORAÇÃO".

A HISTÓRIA DO LENÇO BRANCO-(EMOCIONANTE)

A HISTÓRIA DO LENÇO BRANCO

Eduardo Mendonça

OUÇA SEU MOÇO ESTA HISTÓRIA DO PASSADO

DE UM VAQUEIRO MALTRATADO AQUI NESTE INTERIOR.

A VELHA ESPOSA POR ELE MUITO QUERIDA

JA SE ENCONTRA FALECIDA FOI O SEU PRIMEIRO AMOR.

E ESTE VELHO TINHA UM FILHO AO SEU LADO

MESMO SENDO BEM CRIADO SE ACHAVA UM SOFREDOR.

SAIU PRO MUNDO E DEIXOU SEU COMPANHEIRO

O SEU PAI VELHO VAQUEIRO SOFRENDO TAMANHA DOR.

PASSOU O TEMPO E O VELHO JÁ SEM BRILHO

CHORAVA PELO SEU FILHO SEM SABER ONDE ELE ESTAVA.

DE MANHÃZINHA SAÍA PELO SERTÃO

PEDINDO INFORMAÇÃO, SÓ A NOITE ELE VOLTAVA.

ESTA ROTINA REPETIU POR MUITOS ANOS

E CAIU EM DESENGANOS POIS SEU FILHO NÃO ENCONTRAVA.

E AQUELE FILHO, COM ORGULHO E VAIDADE

VIVENDO NOUTRA CIDADE, CERTO DIA SE CASAVA.

PASSOU O TEMPO UM DIA O FILHINHO AMADO

SENTADINHO AO SEU LADO QUÍS SABER SÓ A VERDADE

PERGUNTOU-LHE: QUAL MOTIVO, QUAL RAZÃO

SEU AVÔ DO CORAÇAO NÃO IA LA NA CIDADE?

NAQUELE DIA O REMORSO LHE TOCOU

E PRO VELHO ELE MANDOU UMA CARTA E COM HUMILDADE:

DIZIA: “MEU PAI, ACEITE MINHA BENÇÃO

EU QUERO O SEU PERDÃO, TE PEÇO POR CARIDADE”,

“QUERO SABER SE AINDA VAI ME PERDOAR

QUERO ASSIM QUE EU CHEGAR PODER VER NA SUA MÃO”:

“”UM LENÇO BRANCO ACENANDO PARA MIM

POIS SEI QUE AGINDO ASSIM VOU TESTAR SEU CORAÇÃO.

QUERO SABER O TAMANHO DO SEU AMOR

OU ENTÃO SE O SENHOR NÃO QUER MAIS O MEU PERDÃO””.

E SAIU CEDO, PÔS O CARRO NO CAMINHO

JUNTO COM O SEU FILHINHO FOI REVER O SEU SERTÃO.

VIU NA ESTRADA NUMA GRANDE ESCURIDÃO

UM POBRE DE UM ANCIÃO QUE PASSAVA MUITO MAL.

E SEM DEMORA PEGOU AQUELE VELHINHO

SOLITÁRIO E TÃO FRAQUINHO E LEVOU PRO HOSPITAL.

FICOU FELIZ POR TER FEITO UMA BOA AÇÃO

E VOLTOU LA PRO SERTÃO PASSANDO LA NO LOCAL.

FOI VER SEU PAI, VIU UM RANCHO ESBURACADO

AO LADO TINHA UM CERCADO UMA MANGUEIRA E UM CURRAL.

DE MADRUGADA, ANTES DE NASCER O DIA

NA PORTA ELE BATIA E SÓ VIA ESCURIDÃO.

FICOU OLHANDO UM CACHORRO NUM BARRANCO

E VIU UM LENÇO BRANCO NO PESÇOÇO DESTE CÃO.

UM BOM VISINHO POR ALI JÁ ENCOSTOU

E PRO MOÇO ELE FALOU QUE O VELHO ESTAVA MAL.

FOI PRA CIDADE NESTA MESMA MADRUGADA

CAMINHANDO PELA ESTRADA EM BUSCA DE UM HOSPITAL.

E AQUELE FILHO JÁ BASTANTE COMOVIDO

GRITANDO: MEU PAI QUERIDO ACEITOU O MEU PERDÃO.

SENTIU QUE O VELHO TINHA POR ELE MUITO AMOR

QUE ATÉ ELE COLOCOU UM LENÇO NO VELHO CÃO.

VOLTOU CORRENDO PARA VER O SEU VELHINHO

QUE ERA O MESMO DO CAMINHO QUE ELE VIU NA ESCURIDÃO

MAS CHEGOU TARDE, VIU SEU PAI JÁ SE ACABANDO

LA NA CAMA SEGURANDO UM LENÇO BRANCO EM SUA MÃO.

E ESTE FILHO COM REMORSO E EMOÇÃO

SENTIU O SEU CORAÇÃO ABATIDO COM ESTA DOR.

BEIJOU SEU PAI, NA SUA FACE ENRRUGADA

E COM A VOZ EMBARAÇADA GRITAVA PELO DOUTOR.

O POBRE VELHO COM OS OLHOS JÁ SEM BRILHO

OLHANDO PARA O SEU FILHO, BEM BAIXINHO AINDA FALOU:

“FILHO QUERIDO EU ACEITO O SEU PERDÃO

ESTE VELHO CORAÇÃO MORRE CHEIO DE AMOR”.

Eduardo Mendonça
Enviado por Eduardo Mendonça em 27/09/2008
Reeditado em 30/09/2008
Código do texto: T1198847