Ontem foi desfiado qual a conta de um rosário em minha vida. Coloquei-o entre as mãos postas. Esperei silenciosa e o coração aquietou. Tua mão generosa levou-me novamente ao lugar onde estava antes. E de novo olhei as pedrinhas postas em minhas mãos. E de novo sorri, brinquei, corri, cantarolei, e vivi outra vez o riso, a música e o encanto do teu canto. E vieste amor, amigo, dormir em minha cama. E coloquei as mãos em teu rosto. E senti teu hálito e respirei tua voz, brincando comigo. E por uma, duas vezes quis em meninice desperta, falar ao teu ouvido. Mas desta vez teu sorriso, manso, meigo, aquietou-me e sosseguei. Recostei-me em tua voz, em teus cantos, em teus risos, em teus mistérios. E adormeci. Fica comigo esse dia. Vem falar-me dessa história e rirei contigo. E o mundo em mim será mais azul, o verde das planícies ainda mais verde. E a paz virá em brandas e suaves porções. E esse dia quais tantos outros será inigualável, um tesouro, guardado, em momentos etéreos de sonhos em vida.