AO MEU AMOR

Sinto a tristeza, a tua falta é tanta;
és meu amor que não pode voltar.
Fatal crueza, a vida se adianta,
leva bem longe o aconchego, o lar.

Se já estivemos sob a mesma manta,
naquelas tardes sem tempo e lugar,
a solidão venceu, ela suplanta
minha alegria;  não posso sonhar.

Tão perto o céu, chegamos a tocá-lo,
jamais suposto o que viria, o abalo,
a irreversível e fatal virada...

E se por ti a minha alma brada,
meu solilóquio diz bem pouco enfim,
dessa tortura que só coube a mim.

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