Sonhos Guerreiros
O choro dos meus sonhos não é só o lamento,
É a dúvida e o tormento, onde atolo a mente,
É o olhar de um futuro preso nas pontas do meu lençol,
E o queimar dos dias sem uma réstia de Sol.
Ouvi os sons de conforto do vento,
Que amainou a tempestade, para acudir ao meu lamento,
Com a leve brisa, de quem nunca me abandonou,
E me vai lembrando, de onde eu vim, e quem eu sou.
Passo o desalento por entre as horas e os meus dedos,
E, para o mal, ou para o bem, derrotei todos os medos;
A única glória que sobrou da batalha do passado,
O único poema do refrão, do cantar do meu fado,
A vida, esse acaso, seguro-a em minha mão,
Que aperto até ao vazio, do infinito serão;
Na noite lenta com espectro turvo de cor,
Dilui-se o sonho guerreiro e volta a manhã sem sentido,
Para mais um tempestuoso dia sem sabor !
Nenúfar 31/10/2008