São tantos os cruzamentos das ruas...
tão súbitos quanto as intersecções da vida.
E ainda há pouco, também de repente,
Deparei com um rastro.
Sequer percebi que o semáforo estava a meu favor.
Nos acostumamos a esperar,
Porque...afinal
são tão raros os semáforos de cor verde...
E eu distraída, fiquei ali, imóvel,
a tão somente observar a cena.
Havia sim, algo de famíliar.
Algum leve traço perdido no tempo,
Um jeito de colocar a mão no bolso,
Um passo em falso,
Um olhar fugidio,
Um sorriso sarcástico....
Até uma ruga que eu não conhecia!
Porém,
a "caixa de Pandora" de sempre.
Mesmo um passado longínquo,
Pouco consegue se disfarçar depois de morto!
Eu não sabia que minha emoção se tornou insípida,
Grata surpesa...
Confesso...que olhei para trás
Mas, só para ver
se reconhecia a face do amor.
Que nada!
Nem os poetas fazem o tal milagre:
O de ressuscitar
Aquilo que se sepultou
nas entranhas do tempo...