Numa tarde de Setembro,
nem vejo flores no meu jardim,
uma primavera sem flores,
mais uma tarde vazia.
O Sol inflama o cerrado,
parece que tarda a descer,
parece que fica parado,
nos fazendo esmaecer.
O fogo que vemos não é de paixão,
a chama que queima não é de emoção,
passarinhos perdidos no meu quital,
alegram minha tarde mas estão sem seu pão.
Há um misto de alegria e tristeza,
O sol brilha radiante,
castiga os bichos e plantas,
não dá pra comportar tal natureza.
Que fogo é esse que maltrata,
que chão é esse que não se pisa?
que sol é este que castiga,
a morada dos inocentes?
Nem parece primavera,
a cigarra está berrando,
aqui perto da minha janela,
queria mesmo um pardal cantando.