À Descoberta
Descobri o teu beijo e o macio da tua mão,
Encontrei tuas pernas, onde me entrelacei ao serão,
Senti o fulgor do teu abraço,
E a vida deixou o cinzento e o tom baço,
No cerco da razão sobre a memória,
Ancorei sobre meu mundo de glória,
Num lance de génio que tirei da cartola,
E de uma promessa que li no cristal da bola.
Contou-me uma Duna Encantada,
Que do seu cume se vê o futuro,
E na artimanha da minha jogada,
Subi ao teu pescoço, como quem trepa o muro,
E encontrei teus lábios, onde mergulhei na minha sede,
Deitei sobre teu corpo balanceando na rede,
E meus versos ganharam o brilho e a cor,
Do anel que te preenche o dedo e te faz meu amor.
Nem tudo é um arco-iris de cor,
Mas o mundo vai amaciando a dor,
No calor do teu corpo, e no resignar da mente,
Ajeita-se as ideias sobre um novo mapa,
E a vida ganha velocidade com o sopro do teu beijo,
E os destroços se diluem, ganham força meus desejos,
Na descoberta do outro lado,
Uma viragem de rumo, novos versos no meu fado.
Nenúfar 11/10/2008