Deixem vir a mim as palavras, porque delas é o reino dos livres!
Deixem vir a mim as palavras
Simples, soltas, ingénuas,
Libertem o rio das artes
De moldar o pensar sem algemas!
Deixem vir a mim as palavras.
Amigas, ternas, macias,
Que aqueçam o sol da amizade,
Que inventem nova alquimia!
Deixem vir a mim as palavras,
Ferinas, certeiras, audazes,
Quero que vinguem traições,
Que multiliquem verdades!
Deixem vir a mim as palavras,
Sei que a paixão é recíproca!
Não as prendam em masmorras,
Aprisionem-me, em troca!
Não me afastem das palavras,
Morro em triste decadência,
Se não exercitar meu espírito
Brincando com a eloquência!