Pintei o quadro de minha existência:
Um retrato de meus dias em cores;
Meus sentimentos, como tristes flores,
Afogados em um mar sem essência.
Fui sempre verdadeiro em excelência.
Sem medo de pintar todas as dores
Em meio aos ramos de meus vãos amores.
Contrastando momentos em dormência.
Após pintar por horas com esmero
Vi, de repente, um espelho surgir
E refletir meu ser de forma exata.
Só que talvez, por ter sido sincero,
Minha obra mais pareça sugerir
Arte ininteligível e abstrata.
(www.eugraphia.com.br)