A Fada do Mar
Quantas histórias terei para contar,
Quantas vezes olho minhas mãos vazias, até de ar,
Quantas vezes me encontro no meio do nada,
E a vida que nada resolve sem a varinha de Fada,
Não é senão o sofrido correr dos ponteiros;
E tu, meu Cupido Arqueiro?
Por onde lanças a tua seta da réstia esperança?
Por onde desenhas os riscos do mapa do meu caminho,
Que não encontro saída, e neste fado desfalecido,
Olho o cantar rouco de quem pede mais…
Mais que uma gota desse pó mágico,
Que me benzeu de glória,
E me desfalece no rasgar da minha memória,
Que me crucifica e me faz ver o pó,
Um velho jogo do dominó, onde perco,
No viciado sopro de alguém que deitou ao chão ,
As pedras da minha jogada…
E sem segredos nem companhia na almofada,
Tem conseguido esmorecer a vontade do andar,
Do sonhar e do beijar…
Faz-me ver os trapos, e o fio frágil,
Que me liga a mente às flores do teu ramo,
Esse presente de amores perfeitos,
O colorido das flores que me coloca a pensar,
No teu batom e no brilhante da tua blusa sobre teu peitos,
A beleza do quadro que pinta os minutos deste dia,
O sinal que me muda o semblante e me faz perguntar…
A menina quer ser a minha Fada do Mar ?
Nenúfar 9/8/2008