(costumes brasileiros)
Maria Hilda de J. Alão
Dêem a mão, batam o pé,
Dancem o saruê e o calango,
O baião ou fandango
Hoje é dia de São João.
Moça prendada e bonita
Faz complicada simpatia
Prende no laço de fita,
Quer casar
E não ficar pra titia.
O povo dança a quadrilha
Girando ao redor do fogo.
A lua no céu brilha,
E na barraca de jogo
Crianças em alvoroço
Jogam arcos num pino
Para uma prenda ganhar.
Na panela tem quentão,
Nhá Zica oferece pinhão,
Tira do fogo no chão,
Quase queimando a mão,
A batata doce assada
Para dar à molecada.
“Minduim torradim!”
Grita “seu” Armandim.
Ih! Lá vem a Noca
Oferecendo pipoca:
“tá quentim, “seu”moço
Di lençu vremeio nu pescoçu,
Vai querê?
Ocê num vai si arrenpendê!”
O sanfoneiro Ticão
Não se cansa, não!
Toca catira e baião,
Com tanta animação,
Que é eterno convidado
Pro “arraiá” de S. João.
Explode o rojão,
Risca o traque,
Corre o busca-pé,
Serpenteia a cobrinha
No chão de terra batida.
Soa o atabaque,
Lá vem a Ritinha,
Tão bonitinha,
Vestida de noiva
Pra “casar” com o Bentinho.
Eita! Lá vem o padre
Com o copo de quentão,
Abençoa o par com uma mão
Com a outra ele entorna o quentão.
E viva a festa junina
De Santo Antônio,
São João e São Pedro,
Brindemos aos santos
Com quentão, canjica e pamonha,
Cantando pra não ficar enfadonha
A noite de São João.
22/06/08.
(criança: não brinque com fogos, não solte balão e não pule a fogueira)