Parada, sem razões para voar
E tu, volvias teu canto para eu viver
E, então de repente, criei asas pra voar
Oh! Inquietantes momentos
Rompi meu casulo afinal
Por noites, dois tormentos
Voejei qual borboleta, ao teu sinal
E tu dizias: Vem, meu bem
Que te quero demais, sou teu
Eu dancei em tua chama do bem
Queimei as asas e o calor ardeu
E tão pouco tempo passou
De casulo a borboleta, afinal
Na louca metamorfose, tudo findou
Estou lagarteando este mal
Dias de verme, dias de dor
Noites de ânsias, casulo sou
Borboleteando, por teu dissabor
Chama maldita, que me assolou
Por vezes sou pirilampo
Ilumino a noite escura
Por vezes ouço teu canto
Aqui, nesta tumba escura
Contradições tão estranhas
Tu me fizeste viver
Teus olhos, em minhas entranhas
Adormeceram a morrer!