Presos
Ao lado do coração,
Ressoam badalos,
Fragmentos de versos,
Arco-íris perdido,
Desejos conturbados,
No peito da agonia.
Insanos,
Esbaforidos,
Querem sair,
Extravasar a lira...
Em alforria,
Mostrar-se ao mundo,
Fazer a poesia,
Cantar a liberdade,
A alegria.
Em signos,
Crio-lhes pontes,
E os dedos ágeis tamborilam
Sobre o teclado,
Dando passagem triunfal
Ao condenado.
Abrem-se as férreas grades,
E o poema ainda amedrontado,
Eclode em liberdade.