Perder-te é mergulhar
No silêncio profundo da alma
Mundo oco, sem palavras,
Esvaziado de sentidos.
Perder-te é retornar ao nada,
À imensa, longa estrada,
Que leva a lugar nenhum.
Perder-te é voltar aos gestos
Desconexos do cotidiano;
Repetidos atos insanos
Da velha máquina do mundo.
Perdendo-te fica a certeza
De um jogo e dois perdedores:
Eu perco, da vida, a beleza,
Tu perdes o maior dos amores.