Vem rodar na ciranda,
lá no campo a festejar,
com os primos a sorrir,
cada dia a se encantar.
Acordávamos cedinho,
pro curral todos a correr,
o leite quente na caneca,
era o dia a amanhecer.
Na chuva a gente dançava,
sob as gotas do céu caído,
e as laranjas que colhíamos,
tinham o sabor do infinito.
O córrego cantava baixo,
guiando nossos pés descalços,
e o vento, como um abraço,
empurrava a gente aos saltos.
Na mangueira, que sombra boa,
as mangas doces a colher,
cada riso, uma lembrança,
que jamais vai se perder.
Vem rodar na ciranda,
dos primos e da alegria,
no campo vivemos sonhos,
que carregamos todo dia.