De ponta a ponta,
Lá no regato manso e claro,
A fantasia e os arrepios correm soltos
Onde o sufocar, o reclamar e o gemer
Fazem todo sentido, mas não adianta nada
Somos, sim!
Os caçadores dessas emoções
Emoções, essas, que correm nos veios
Entre matas virgens, plateias e cantos
De pássaros no vigor da placidez e beleza
Que adornam a Natureza
Ancoramos nas promessas…
No sufoco, sonhamos nossos sonhos
Ao reclamar, caçamos desejos e prazeres
Ao gemer, somos o som do desfiladeiro
Que fervem suas águas penhascos abaixo
Onde, também, evapora nosso cansaço
Maravilhas do bem, esvoaçadas
Tudo isso lá tem!
Pode tremer a Terra
Pode trocar o sol com a lua
Pode a vida ser um bumerangue
Podem as águas claras mudarem o curso
Pode, a vida, ser a gangorra de altos e baixos
Mesmo assim,
O arquipélago inteiro está pra nós.
Antes que o regato vire mar
Antes que haja guerra nas estrelas
Antes que o eu, ou, o você, ou, nós dois,
Dignemos nosso adeus… ao ribeirão
Ainda há tempo para amar e jogar a âncora
E, riacho abaixo, a caça e o caçador
Lançarem mais iscas às nuances do amor.
Foto: Pixabay