O Abismo existencial É invisível aos olhos Mas sentido na pele E parece sangrar...
As viscerais sensações ganham corpo... Flagelam a alma que geme Ao toque dos uivos Do frio vento...
Que não se vê Mas se sente Repercutindo Nas entranhas...
Os olhos sem brilho Se voltam para dentro Mergulham no “abismo” existencial Libertando agoniadas lágrimas Que deixam marcas nas faces Descoloridas e gélidas...
Os lábios trêmulos e sem cor Se escancaram e o grito De socorro é abortado Ainda na garganta Que asfixia o som...
O grito emudecido Carregando A angústia Não sai...
Não sai...
O som Do clamor pelo socorro Não sai...
Não sai...
Diante do abismo existencial
A Razão e a Emoção, juntas Enfrentam as tormentas Internas... Para resgatar a existência Em uníssono Clamam e argumentam A favor da Vida...
Vida importa... Vida que razão é...
As mãos trêmulas e crispadas Agarram a cabeça Que pende... E por instinto de sobrevivência Amparam a cabeça Que se rende... As mãos acolhem A cabeça...
O coração não desiste... pulsa Embora traspassado Pelo desânimo Ferido de dor Resiste Pulsa...